sábado, 18 de dezembro de 2010
Esclerose Múltipla
- Disartria: incapacidade de articular palavras, resultante de lesões nos nervos cranianos relacionados → trato corticobulbar
- Disfagia: dificuldade de deglutição → trato corticobulbar
- Espasmos, perda do tônus muscular → trato corticoespinal
- Nistagmo, diplopia, neurite óptica → n. óptico
- Equilíbrio, vertigem → Trato espinocerebelar
- Parestesia: formigamento, sensação de queimação ou pressão
- Sintoma de Lhermitte: formigamento semelhante ao choque elétrico, que desce as costas e vai até as pernas e que é produzido pela flexão do pescoço
- Alterações Genitoesfincterianas
- Incontinência /Retenção urinária
- Impotência
- Diarréia / Constipação
- Depressão
- Humor instável
- Fadiga
- Perda de memória, dificuldade em concentração, discernimento e raciocínio
Se não forem impedidos por células anti-inflamatorias ou citocinas esses processos podem ser agravados causando lesões agudas aos neurônios e possivelmente crônicas.
A bainha de mielina dos axônios é atacada. Os macrófagos fagocitam a mielina e os danos concomitantes dos oligodendrócitos reduzem a capacidade reparadora. Com a perda da mielina e de fatores tróficos, os axônios podem se degenerar e serem destruídos. Em tecidos normais a inflamação é seguida de reparo e recuperação. Na esclerose múltipla a cura não é completa.
- coleta do liquor (confirma-se a natureza inflamatória do processo);
- ressonância magnéticas (áreas de desmielinização);
- potenciais evocados (evidências de anomalias da condução nas grandes vias mielinizadas).
Tratamentos que modificam a evolução: tratamento das formas remitentes baseado nos interferons beta (reduz penetração de linfócitos no SNC, diminui a produção de citocinas pró-inflamatórias, gera efeito modesto sobre a evolução) e mitoxantrona (para episódios frequentes com sequelas e agravamento nítido da incapacidade) ou tratamento das formas progressivas com imunossupressores interferon beta, metilpredmisolona, metotrexato, azatiopina, imunoglobulinas 4 (promovem resultados modestos).
Tratamentos sintomáticos: drogas anticolinérgicas para problemas urinários (oxibutinina) / drogas anti-depressivas para estados depressivos ou para dor (inibidores da recaptação da serotonina)/ combate da espasticidade (diazepan, baclofreno, dantroleno). A EM também pode ser tratada com a cannabis.
A terapêutica se concentra nas ações que atrasam a progressão da doença e melhoram a qualidade de vida do paciente pela promoção do alívio dos sintomas.
A Fisioterapia e Hidroterapia melhoram e ajudam muito a recuperação, mantendo o paciente ativo e com forças nos membros inferiores, que são os mais afetados.
Em alguns casos, a cadeira de rodas será necessária já antes dos 6 anos desde os primeiros sintomas. A observação, o diagnóstico precoce e o tratamento médico apropriado evitam complicações, como por exemplo, as infecções de alguns órgãos. Mesmo assim, a esperança de vida dos pacientes é aumentada apenas moderadamente.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
DPOC
DPOC é uma doença caracterizada por desenvolvimento progressivo de limitação ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A limitação do fluxo aéreo está associada à inalação de gases e partículas nocivas.
Apesar do amplo uso da designação DPOC, não há consenso geral sobre sua definição exata, sendo usualmente adotado que esta seja a forma mais ampla para incluir duas condições comuns: bronquite crônica (inflamação dos brônquios) e enfisema (dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares que causa a perda de capacidade respiratória e uma oxigenação insuficiente), reconhecendo que em certos casos pode haver uma dessas condições sem obstrução ao fluxo aéreo.
A DPOC é uma doença insidiosa de instalação lenta. Geralmente, o primeiro sintoma é uma discreta dispnéia associada a esforços como subir escadas, andar depressa ou praticar atividades esportivas. Com o passar do tempo, essa vai se tornando mais intensa e é provocada por esforços cada vez menores. Nas fases mais avançadas, a falta de ar se manifesta mesmo com o doente em repouso e agrava-se muito diante das atividades mais corriqueiras.
Tosse produtiva e encurtamento da respiração são sintomas que também podem estar presentes nos quadros de doenças pulmonares obstrutivas.
Os dois fatores de risco mais comuns são o tabagismo (responsável por 80% a 90% de todas as mortes relacionadas com a DPOC) e a deficiência de alfa1-antitripsina.
Pesquisas relatam que o perigo de desenvolver DPOC em um grupo de fumantes de dois maços de cigarros/dia é aproximadamente 4,5 vezes maior que para os não-fumantes. A exposição repetida ao cigarro resulta em inflamação crônica, além de tosse produtiva.
O fumo, devido às substâncias irritantes que contém, provoca hiperplasia e metaplasia do epitélio, ruptura dos septos alveolares, proliferação fibrótica e espessamento das paredesarteriolares. Tais alterações são proporcionais ao número de cigarros diários e ao tempo de tabagismo.
Como segunda causa bem reconhecida de enfisema, a deficiência de alfa1-antitripsina, algumas vezes denominada enfisema genético, é uma condição caracterizada por uma quantidade deficiente da proteína alfa1-antitripsina, a qual pode acarretar o início precoce do enfisema e que é uma condição genética autossômica codominante.
A DPOC se caracteriza por apresentar duas formas típicas: os perfis PP e TT.
PP (Pink Puffer)– longelíneo, rosado e com dispnéia intensa-
BB (Blue Bloater )– brevelíneo e cianótico pletórico com discreta dispnéia.
Outros fatores desencadeantes:
- Poluição atmosférica: experimentalmente, a poluição relacionada com o enfisema é de difícil comprovação. Os elementos a serem considerados são: tipo, quantidade, concentração e tempo de exposição ao poluente.
- Profissão e fatores sócio-econômicos: toda atividade profissional que obriga o indivíduo permanecer em ambiente poluído por tempo prolongado e sem proteção adequada favorece o surgimento da bronquite; na maioria dos casos a natureza das substâncias inaladas tornase decisiva. Já foi verificado que a incidência de DPOC é bem maior entre homens e fumantes que vivem em grandes centros populacionais, onde a poluição também é maior. Portadores de DPOC de baixo nível sócio-econômico vêm contribuindo com um índice de mortalidade cada vez maior. Infecção: estariam aí incluídas aquelas infecções que comprometem as vias mais periféricas provocando tosse crônica, sibilos e redução da função pulmonar.
- Clima: alguns indivíduos atingidos por DPOC relacionam suas crises agudas às variações de temperatura. Experimentalmente, provou-se que inalações de ar frio e nevoeiro provocam broncoespasmo e aumento da resistência ao fluxo expiratório.
- Sexo: tanto a prevalência, como a mortalidade por DPOC, foi sempre bem maior no homem que na mulher. Acredita-se que isso ocorria porque os homens, até bem pouco tempo, fumavam mais que as mulheres; porém como as mulheres passaram a fumar tanto ou mais que os homens, as diferenças de mortalidade pela doença entre os dois sexos diminuíram sensivelmente.
- Idade: o enfisema é mais freqüente e mais grave entre os indivíduos idosos; a mortalidade entre os portadores de DPOC com mais de 55 anos é cinco vezes maior. O idoso, quando exposto a condições ou a fatores que favoreçam a doença, tem mais facilidade em adquirila. Assim, as alterações estruturais do parênquima pulmonar provocadas pelo fumo são muito maiores nos idosos que nos jovens.
- Álcool: são bem conhecidos seus efeitos maléficos sobre a movimentação ciliar, a produção de surfactante e a atividade macrofágica. Raça: a incidência da DPOC é bem maior entre os indivíduos da raça branca comparativamente com os da raça negra.
Referências:
HARRISON, T Rodolf. Medicina Interna. 14ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 1998.
PORTO, C. C. Semiologia médica. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005
http://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/307/dpoc
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_pulmonar_obstrutiva_cr%C3%B4nica
http://www.acemfc.org.br/modelo1/down/Suple_124_40_DPOC_COMPLETO_FINALimpresso.pdf
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Depressão
Depressão é um distúrbio afetivo resultante de uma alteração psíquica e orgânica global, com alterações na maneira de valorizar a realidade e a vida.
A doença acomete entre 10% e 25% das mulheres e entre 5% e 12% dos homens, sendo que nos casos mais graves, cerca de 15% se suicidam. Somente 47% dos casos de depressão são diagnosticados no atendimento primário (clínico geral);
Causas
Atualmente, a maioria dos pesquisadores e das mais diversas tendências ideológicas e científicas fala num consenso à origem bio-psico-social associada à genética. Assim, não há uma única causa desencadeadora de depressão; mas sim, conjuntos de fatores variáveis em cada indivíduo, tais como:
• Desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do humor;
• Herança genética;
• Eventos estressantes;
• Uso de certas drogas e certos medicamentos;
• Associada a algumas doenças;
• Personalidade;
• Episódios depressivos anteriores;
Fatores Biológicos
• Alterações nos níveis de neurotransmissores
• ↓ NA, 5-HT, DA, GLUT
• ↑ GABA
Fatores Genéticos
• Estudos comprovam a maior tendência de vir apresentar depressão de indivíduos que possuem algum episódio depressivo na família;
Acredita-se que há um conjunto de genes que predispõem à depressão maior;
Fatores Psicossociais
• Acontecimentos traumáticos (perdas, luto, violência);
• Problemas financeiros, desemprego, afetivos;
• Filhos de pais muito severos;
Fatores Orgânicos
• CA, SIDA;
• EM, esquizofrenia, derrame;
Fatores medicamentosos
• Utilização de certos medicamentos como: cortisona, anfetaminas, pílulas anticoncepcionais, betabloqueadores, corticosteróides, anti-histamínicos, analgésicos, antiparkinsonianos entre outros;
• Ou de drogas: álcool, crack, ecstasy, maconha(?) -> efeito duplo: em dose baixas, aumenta a serotonina, mas em dose maiores o efeito se reverte e é completamente devastador.
Sintomas
- Tristeza contínua e muitas vezes sem motivos;
- Perda de energia ou interesse;
- Humor deprimido;
- Dificuldade de concentração;
- Alterações do apetite e do sono;
- Lentificação das atividades físicas e mentais;
- Sentimento de pesar ou fracasso;
- Constipação;
- Enjôos;
Regiões Cerebrais envolvidas
- Amígdala: região primária de processamento emocional;
- Córtex pré-frontal: conexões com amígdala, hipotálamo, núcleo accumbens e núcleos 5-HT, NA e DA do tronco cerebral;
- Ativação maior no córtex pré-frontal medial e no giro do cíngulo;
- Estudos de neuroimagem com indução emocional → córtex pré-frontal e órbito-frontal, cíngulo, amígdala e gânglios da base;
Tratamento
O tratamento deve ser realizado COM o paciente, e não PARA o paciente. O médico deverá disponibilizar para o paciente informações sobre a depressão e as opções terapêuticas:
• Farmacológico
• Não farmacológico
• Eletroconvulsoterapia
• Estimulação magnética transcraniana (EMTr)
- Quanto mais precoce o tratamento, mais rápida a remissão e menor a chance de cronificação; cerca de 2/3 das pessoas tratadas respondem satisfatoriamente ao primeiro antidepressivo prescrito.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Imagem da Semana - Escarlatina
Paciente de sexo feminino, leucoderma, em idade pré-escolar;
A paciente apresenta exantema difuso de coloração vermelha intensa na face e palidez na área perioral - sinal de Filatow;
Há presença, ainda, de exantema difuso de coloração vermelha nos ombros.
A escarlatina atinge principalmente crianças, em sua maioria meninos, em idade pré-escolar e escolar, quase sempre sendo uma complicação de faringite/amidalite estreptocócica, surgindo em média 2 dias após destas como uma resposta inflamatória às toxinas produzidas pelas bactérias. As pessoas infectadas pela bactéria apresentam febre alta (38,5°C), náusea, vômitos e odinofagia.
De 12 a 24 horas após o início da febre, surge o sinal característico da doença: o rash cutâneo. Esse rash normalmente se inicia na cabeça e desce pelo corpo, caracterizando-se por numerosas erupções avermelhadas, de 1 a 2 mm, com discreto relevo, que desaparecem à compressão, dando à pele aspecto levemente áspero que costuma se aglomerar nas áreas das dobras, como axilas, virilhas e prega do cotovelo, formando uma linha bem avermelhada - linhas de Pastia. Esse rash tende a desaparecer em 1 semana, ocorrendo então descamações de áreas como mãos, pés, axilas e virilha.
Apresenta sinal de Filatow – exantema difuso na face e palidez perioral, também presente na doença de Kawasaki.
A língua inicialmente é amarela devido à inflamação, mas depois descama e se torna vermelho-viva, com aparência de um morango. Em alguns casos a língua fica com bolhas pequenas.
Também costuma ocorrer adenomegalia cervical e submandibular.
A transmissão acontece através da saliva, por via nasal, tosse, espirros ou ainda através do contato com vestuário e objetos contaminados.
O período de incubação varia de 2 a 5 dias.
O tratamento é através da administração de antibióticos, principalmente a penicilina.
A escarlatina é classificada em leve, moderada, tóxica e séptica. As formas leve e moderada são benignas; enquanto a tóxica e a séptica podem ser fatais. Se não for devidamente tratada, poderá haver hemorragias no estômago, baço e intestino. Há também a possibilidade de ocorrer obstrução das vias aéreas superiores, broncopneumonia, convulsões, inflamação nos rins, infecção nos tímpanos, dores fortes nas articulações e problemas cardiovasculares.
É importate ressaltar que nem todos são sensíveis a essas toxinas, podendo entrar em contato com ela sem desenvolver a doença.
- Sarampo;
- Exantema Súbito;
- Rubéola;
- Eritrema Infeccioso;
- Mononucleose;
- D. Kawasaki;
- Outros diagnósticos devem incluir a possibilidade de alergias ou queimaduras solares.