terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mais um semestre terminando e Semio nos dando adeus hoje...
Anamnese, exame físico, o tão esperado contato com o paciente e quando a gente vê, já acabou!
=(


HDA, HMP, ISDAS e toda história do paciente resumida em meia dúzia de categorias, cada coisa tendo sua importância e detalhes aparentemente inofensivos sendo decisivos para o diagnóstico.
Ganhamos mil termos pra decorar, muitas designações pras mesmas coisas, transformamos o Porto no nosso livro de cabeceira mas sobrevivemos -e curtimos- tudo isso!


Saimos da Semio já morrendo de saudades dessas manhãs no hospital, das pessoas que conhecemos, das histórias que ouvimos e de tudo que aprendemos, que, com certeza, está muito além dos conhecimentos técnicos - é claro que adoramos aprender a auscultar, a palpar, a percurtir, aferir pressão, medir FC, FR e todas situações similares em que o conhecimento teórico é aplicado na prática e sentimos que as horas de sono abdicadas não foram em vão.
=]


Eu sei que é piegas, mas acho justo citar a grande importância dos nossos professores, monitores e do grupo Girls Anatomy, com o qual dividi todas alegrias, descobertas, temores, estresses [sorry people!] e pirações advindas da Semio e deste 4º período de Med em geral.
;D








É people,
agora começou a Medicina.


E é maravilhosa!

domingo, 7 de novembro de 2010

E perante a brevidade da vida, o que fazer?
Tratamentos, medicamentos e inúmeros pensamentos.
A evolução da ciência versus ciclo natural da vida.
Em que momento pessoas se tornam números de leito, meros retratos de doenças, rabiscos mal feitos de toda uma existência?
E o que fazer diante disso tudo? Há tão pouco pra que fazer, não há o que dizer!
O melhor que temos para oferecer está no nosso silêncio, no nosso olhar calado, nos nossos desejos de poder fazer algo constantemente repreendidos pela nossa fria e dura realidade.
Ainda somos terrivelmente impotentes perante o circulo vital.
Começo, meio e fim é a regra geral.
Prolongar a vida ou protelar o sofrimento? O dever versus o querer, a finitude do que parece eterno e todas as questões que cercam isso, se é um fim, se podemos decidir quando é chegada a hora desse fim.
Eutanásia, suicídio ou simplesmente a morte que se apodera de repente de seres antes tão vivos e tão eternos.
Não importa a forma, uma hora todas as chamas cessam.
A ‘indesejada’ está aí, rondando todas as portas. E cedo ou tarde ela irá entrar. Talvez bata à porta ou simplesmente invada.
A única certeza é que ela virá.

(A quem vem ou a quem vai, que seja em paz.)


'Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria ou diga:
- Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar'

Consoada - Manuel Bandeira